terça-feira, 26 de maio de 2015

Cinza


Um frio passa pela porta
Vem. dos corredores da cidade
Tubos de ar carregado
Pó. que cria crises alérgicas

Causa, além da tosse,
Medo. do destino da humanidade
Medo de fecharem toda cor
E apagarem o céu

Há milhares
Milhões de portas
Semiabertas
Abertas
Escancaradas

Em milhares
[Não milhões] de casas
Há livros mastigando histórias silenciosas

Que valerá a produção do homem e da mulher?
Ou do ser sem binarismos?
Sacar a humanidade da beira do abismo
É tirar-lhe a voz e o sentido da condição

Pois na angústia nos prendemos
Sim, nos balançamos
É, a angustia dá vertigem

Mas distrai.

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