Se pudesse voltar ao
prato
Sua brancura de louça,
desenhos
desenhos
Que remetem subúrbios
próximos
A memória do afeto, da
nossa casa
Se
eu pudesse colar o prato!
Se eu pudesse através
do tempo
Cingir o prato no
espaço, antes
Que o rompante que
abrolha sei-lá-de-onde
O fizesse de novo
concha no pretérito piso
Eu não saberia dizer se
o prato
Quebrado nos dias de fúria
me seria tão útil
Quanto os cacos, brancuras
que cortam
Meus pulsos. Ou seriam os pés?
Mais um dia tu me convidaste
Para conhecer meus
abismos,
lembras?
lembras?
Amásia do caos desses
planetas
Fiquei pairando no
absurdo...
Tu tens horas que tão
calmo!
És uma força da
natureza?
A ira que envenena nossas veias
Exala no tempo uma
loucura má
Esse outro lado, o
avesso da ternura
Tive que virar a casaca
para vestir
A alma de noite e
descobrir contigo
Milhares de escalas de dor
Breu que eu usava para as
mãos
Agora uso para cobrir o
dorso
O breu não pode colar o
prato
Prática de inventar
mosaicos
Pratico jogos de
arremesso.
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