Um frio passa pela porta
Vem. dos corredores da cidade
Tubos de ar carregado
Pó. que cria crises alérgicas
Causa, além da tosse,
Medo. do destino da humanidade
Medo de fecharem toda cor
E apagarem o céu
Há milhares
Milhões de portas
Semiabertas
Abertas
Escancaradas
Em milhares
[Não milhões] de casas
Há livros mastigando histórias silenciosas
Que valerá a produção do homem e da mulher?
Ou do ser sem binarismos?
Sacar a humanidade da beira do abismo
É tirar-lhe a voz e o sentido da condição
Pois na angústia nos prendemos
Sim, nos balançamos
É, a angustia dá vertigem
Mas distrai.